quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Escolas da regional de Porto Nacional realizam IV dia temático do projeto amigos da escola



Por  Ivanilde Gomes
30/08/2012

Escolas da regional de Porto Nacional realizam  o  IV dia  temático do Projeto Amigos da Escola, com tema “ A  importância da Leitura na Escola”, na sexta-feira,31, durante todo o dia.

Cada  escola  realizará a  programação desse evento, com o objetivo de despertar nos  alunos o gosto pela leitura, algumas delas já possuem projetos de leitura em sua proposta pedagógica e estão desenvolvendo-os no decorrer desse ano. Outras, organizam a programação para o dia.  

 Amigos da Escola é um projeto criado pela Rede Globo e tem  objetivo de contribuir com o fortalecimento da escola pública por meio do trabalho voluntário, no Tocantins é realizado em parceria com a Secretaria da  Eduação.


Programação:

Escola Estadual Irmã Aspásia  apresenta  ações do Projeto “ Viajando na Leitura” com o sarau  litero – musical.
 Horário: 7h às 11h e das 13h às 17h
Colégio Estadual  Fulgêncio Nunes realiza leitura de textos em jornais e revistas referente ao trânsito no Brasil e passeata.
Horário: 7h às 11h e das 13h às 17h
Escola Estadual Ana Macedo Maia realiza culminância das ações do  Projeto Político Pedagógico com o tema  “Folclore”.
Horário: 9h30 às 11h e das 13h às 15h30
CEM – Félix Camoa realiza o Soletrando
Horário: 7h às 11h

Escola  Estadula Mestra Eva realiza leitura sobre o Folclore Brasileiro
Horário: 8h às 10h
Escola Estadual Joana Medeiros realiza exposição de livros produzidos pelos alunos conto e reconto, durante as aulas, no   mês de agosto.
Horário: 7h às 11h e das 13h às 17h
Escola Estadual Maria Escolástica
Apresentação musical,poesia, parlendas, danças típicas
Horário: 8h às 11h e das 13h às 17h
 Escola Estadual Riachuelo
Apresentação de textos diversos como reportagens, leitura de cordel,receitas e crônicas da escritora tocantinense Reni Gomes Costa.
Escola Estadual D. Pedro II
Tema: “Folclore e inclusão”
Apresentações culturais – teatro, danças, parlendas, lendas e sussia
Palestras e entrevistas com o cantor Everton dos Andes e  com a assessora de Ensino Especial da DRE Ana Maria Nogueira Rodrigues
Apresentação de crônica com a escritora Reni Gomes Costa
Horário: 9h30 às 11h30
Em sala de aula- apresentações de vídeo sobre inclusão, crônica da Escritora Reni Gomes Costa e produção de texto
Horário: 13h às 17h
Escola Estadual  Brasil
Apresentações de teatro, ilustração de histórias em quadrinhos, júri simulado e histórias do folclore.
Horário: 9h30 às 11h e das 13h às 16h
Escola Estadual Angélica Ribeiro
Realização de ações propostas no Projeto Político Pedagógico: Palestras sobre tabagismo e trânsito, peça teatral com o tema “ Negros do Brasil”; Festival de dança afrodescendente,  final do soletrando do Ensino Médio e jogos interclasses.
Horário: 7h às 11h e das 13h às 17h20
Escola Estadual Carmênia Matos Maia
Desenvolvimento do projeto “ Tudo é Leitura”
Depoimento com jornalista e escritor tocantinene Edivaldo Rodrigues e debate em sala de aula sobre a importância do ato de estudar.
Horário: 8h às 11h25
Escola Estadual Tenente Salvador Ribeiro
Apresentações de teatro, palestras ministradas pelos alunos com ilustração e charges
Horário: 7h às 11h25


O prazer da leitura - Rubem Alves


imagem google

Rubem Alves
Gaiolas ou Asas – A arte do voo ou a busca da alegria de aprender
Porto, Edições Asa, 2004

Excertos adaptados


Alfabetizar é ensinar a ler. A palavra alfabetizar vem de "alfabeto". "Alfabeto" é o conjunto das letras de uma língua, colocadas numa certa ordem. É a mesma coisa que "abecedário". A palavra "alfabeto" é formada com as duas primeiras letras do alfabeto grego: "alfa" e "beta". E "abecedário", com a junção das quatro primeiras letras do nosso alfabeto: "a", "b", "c" e "d". Assim sendo, pensei a possibilidade engraçada de que "abecedarizar", palavra inexistente, pudesse ser sinónimo de "alfabetizar"...

"Alfabetizar", palavra aparentemente inocente, contém a teoria de como se aprende a ler. Aprende-se a ler aprendendo-se as letras do alfabeto. Primeiro as letras. Depois, juntando-se as letras, as sílabas. Depois, juntando-se as sílabas, aparecem as palavras...

E assim era. Lembro-me da criançada a repetir em coro, sob a regência da professora: "bê-á-bá; bê-e-bê; bê-i-bi; bê-ó-bó; bê-u-bu"... Estou a olhar para um postal, miniatura de um dos cartazes que antigamente se usavam como tema de redacção: uma menina deitada de bruços sobre um divã, queixo apoiado na mão, tendo à sua frente um livro aberto onde se vê "fa", "fe", "fi", "fo", "fu"...

Se é assim que se ensina a ler, ensinando as letras, imagino que o ensino da música se deveria chamar "dorremizar": aprender o dó, o ré, o mi... Juntam-se as notas e a música aparece! Posso imaginar, então, uma aula de iniciação musical em que os alunos ficassem a repetir as notas, sob a regência da professora, na esperança de que, da repetição das notas, a música aparecesse...

Todo a gente sabe que não é assim que se ensina música. A mãe pega no bebé e embala-o, cantando uma canção. E a criança percebe a canção. O que o bebé ouve é a música, e não cada nota, separadamente! E a evidência da sua compreensão está no facto de que ele se tranquiliza e dorme – mesmo nada sabendo sobre notas!

Eu aprendi a gostar de música clássica muito antes de saber as notas: a minha mãe tocava-as ao piano e elas ficaram gravadas na minha cabeça. Somente depois, já fascinado pela música, fui aprender as notas – porque queria tocar piano. A aprendizagem da música começa como percepção de uma totalidade – e nunca com o conhecimento das partes.

Isto é verdadeiro também sobre aprender a ler. Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. A criança volta-se para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los – porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está a ler.

Num primeiro momento, as delícias do texto encontram-se na fala do professor. Usando uma sugestão de Melanie Klein, o professor, no acto de ler para os seus alunos, é o "seio bom", o mediador que liga o aluno ao prazer do texto. Confesso nunca ter tido prazer algum em aulas de gramática ou de análise sintáctica. Não foi nelas que aprendi as delícias da literatura. Mas lembro-me com alegria das aulas de leitura. Na verdade, não eram aulas. Eram concertos. A professora lia, interpretava o texto, e nós ouvíamos, extasiados. Ninguém falava.

Antes de ler Monteiro Lobato, eu ouvi-o. E o bom era que não havia exames sobre aquelas aulas. Era prazer puro. Existe uma incompatibilidade total entre a experiência prazerosa da leitura – experiência vagabunda! – e a experiência de ler a fim de responder a questionários de interpretação e compreensão. Era sempre uma tristeza quando a professora fechava o livro...

Vejo, assim, a cena original: a mãe ou o pai, livro aberto, a ler para o filho... Essa experiência é o aperitivo que ficará para sempre guardado na memória afectiva da criança. Na ausência da mãe ou do pai, a criança olhará para o livro com desejo e inveja. Desejo, porque ela quer experimentar as delícias que estão contidas nas palavras. E inveja, porque ela gostaria de ter o saber do pai e da mãe: eles são aqueles que têm a chave que abre as portas de um mundo maravilhoso!

Roland Barthes faz uso de uma linda metáfora poética para descrever o que ele desejava fazer, como professor: maternagem – continuar a fazer aquilo que a mãe faz. É isso mesmo: na escola, o professor deverá continuar o processo de leitura afectuosa. Ele lê: a criança ouve, extasiada! Seduzida, ela pedirá: Por favor, ensine-me! Eu quero poder entrar no livro por minha própria conta...

Toda a aprendizagem começa com um pedido. Se não houver o pedido, a aprendizagem não acontece. Há aquele velho ditado: É fácil levar a égua até ao meio do ribeirão. O difícil é convencer a égua a beber. Traduzido pela Adélia Prado: Não quero faca nem queijo. Quero é fome. Metáfora para o professor.

Todo o texto é uma partitura musical. As palavras são as notas. Se aquele que lê é um artista, se ele domina a técnica, se ele desliza sobre as palavras, se ele está possuído pelo texto – a beleza acontece. E o texto apossa-se do corpo de quem ouve. Mas se aquele que lê não domina a técnica, se luta com as palavras, se não desliza sobre elas – a leitura não produz prazer: queremos logo que ela acabe.

Assim, quem ensina a ler, isto é, aquele que lê para que os seus alunos tenham prazer no texto, tem de ser um artista. Só deveria ler aquele que está possuído pelo texto que lê. Por isso eu acho que deveria ser estabelecida nas nossas escolas a prática dos "concertos de leitura". Se há concertos de música erudita, jazz – por que não concertos de leitura? Ouvindo, os alunos experimentarão o prazer de ler.

E acontecerá com a leitura o mesmo que acontece com a música: depois de termos sido tocados pela sua beleza, é impossível esquecer. A leitura é uma droga perigosa: vicia... Se os jovens não gostam de ler, a culpa não é só deles. Foram forçados a aprender tantas coisas sobre os textos – gramática, usos da partícula "se", dígrafos, encontros consonantais, análise sintáctica – que não houve tempo para serem iniciados na única coisa que importa: a beleza musical do texto. E a missão do professor?

Acho que as escolas só terão realizado a sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura. O prazer da leitura é o pressuposto de tudo o mais. Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo. Mas o que vejo a acontecer é o contrário. São raríssimos os casos de amor à leitura desenvolvido nas aulas de estudo formal da língua.

Paul Goodman, controverso pensador norte-americano, diz: Nunca ouvi falar de nenhum método para ensinar literatura (humanities) que não acabasse por matá-la. Parece que a sobrevivência do gosto pela literatura tem dependido de milagres aleatórios que são cada vez menos frequentes.

Vendem-se, nas livrarias, livros com resumos das obras literárias que saem nos exames. Quem aprende resumos de obras literárias para passar, aprende mais do que isso: aprende a odiar a literatura.

Sonho com o dia em que as crianças que lêem os meus livrinhos não terão de analisar dígrafos e encontros consonantais e em que o conhecimento das obras literárias não seja objecto de exames: os livros serão lidos pelo simples prazer da leitura.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

DRE realiza worshop de Língua Inglesa para professores


 Por Ivanilde Gomes
 27/08/2012

Praticar  a Língua Inglesa  de forma lúdica é  um  dos objetivos do worshop que acontece nesta segunda-feira,27, durante todo o dia, no auditório da Diretoria Regional de Ensino ( DRE).  O worshop está sendo ministrado por consultoras da Embaixada Americana,  com a  participação de todos os professores da área de Língua Inglesa desta regional. 

No decorrer do evento, os  professores  praticarão seus conhecimentos por meio de diversas atividades lúdicas propostas no livro, que  na  ocasião recebem da Embaixada. Segundo a assessoria de Língua Inglesa da Diretoria, Leila  Melquíades Vieira da Silva,  a  maioria deles já participaram do primeiro encontro que aconteceu no ano passado, outros não. Assim,  há niveis diversos de conhecimento,  mas  garante que esta é uma oportunidade de fazerem uma análise da prática vivenciada em sala de aula e trocar experiências com  outros colegas que já  adquiriram um  bom dominio da língua. Além disso, as consultoras interagem de forma dinâmica com eles, pronunciando as palavras mais devagar  para que  haja aprendizagem.

A teoria e prática são conhecimentos essenciais no processo de ensino e aprendizagem, porém  alguns professores sentem dificuldades em algum desses aspectos. “Sinto dificuldades em trabalha com  meus alunos conversação, mas  o  worshop traz novos métodos para melhorar a conversação em sala de aula, isso vem contribuir na minha  prática cotidiana”, ressaltou a professora Danúbia de Medeiros Bezerra Boza.

Esta  formação é  realizada por meio de uma parceria entre Secretaria da Educação e a Embaixada Americana desde 2008.